CGU sobre orçamento secreto: 1 a cada 3 das obras nem sequer começou e metade das ONGs não tem capacidade para contratos
Órgão encaminhou achados de auditoria para o Supremo, que sustou o uso da verba por falta de transparência. CGU sobre orçamento secreto: 1 a cada 3 das obra...
Órgão encaminhou achados de auditoria para o Supremo, que sustou o uso da verba por falta de transparência. CGU sobre orçamento secreto: 1 a cada 3 das obras nem sequer começou A auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) sobre o uso das emendas do orçamento secreto entre 2020 e 2023 identificou uma série de indícios de fraude e de mau uso do dinheiro público, no mínimo. Centenas de documentos foram encaminhados na noite de ontem pelo órgão ao Supremo, que determinou o estudo ao proibir o uso das verbas por falta de transparência. O relator do caso é o ministro Flávio Dino. A CGU analisou gastos em diversas rubricas, como obras de racapeamento ou asfálticas, obras para educação básica e serviços prestados pelas 10 ONGs que mais receberam emendas. Os achados abrem uma série de caminhos para apurações sobre o uso do dinheiro público. Os auditores, no caso das obras, analisaram 158 empreendimentos em 20 municípios que receberam volumes relevantes de recursos. Nesse escopo, 1 a cada 3 obras pagas com emenda não havia nem sequer sido iniciada. Se levadas em consideração apenas as obras da educação básica, 78% não haviam sido começadas --mesmo com os recursos já repassados. A CGU encontrou diversos registros de descompasso entre o repasse de dinheiro e o cronograma de execução dos empreendimentos. LEIA TAMBÉM: Citado por Bolsonaro como possível vice, Temer diz que está fora da vida pública PF encontra novas provas sobre ataque à democracia em arquivos deletados por Cid A auditoria também passou um pente-fino em nos contratos e serviços prestados por 10 ONGs que receberam valores relevantes de emendas parlamentares. A CGU concluiu que metade das Organizações Não Governamentais que receberam recursos não tinham capacidade técnica ou até mesmo física para prestar os serviços. O CGU fez o levantamento por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino, e levou em consideração as emendas de relator e emendas de comissão, ambas usadas pelos parlamentares para esconder os padrinhos da destinação dos recursos.