PF tem indícios de que Bolsonaro sabia de plano para matar Lula, Alckmin e Moraes
Documento foi impresso no Planalto em dia em que o então presidente da República estava no local. Dados constam de inquérito da tentativa de golpe, que deve ...
Documento foi impresso no Planalto em dia em que o então presidente da República estava no local. Dados constam de inquérito da tentativa de golpe, que deve ser enviado nesta quinta-feira (21) ao STF. PF tem indícios de que Bolsonaro sabia de plano para matar Lula, Alckmin e Moraes A Polícia Federal (PF) tem indícios de que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sabia de planos para matar Lula, Alckmin e Moraes em 2022. Por meio da extração de dados do celular de Mauro Cid, a polícia teve acesso a diversos diálogos do ex-ajudante de ordens com outros investigados. O aparelho foi apreendido quando Cid foi preso em maio de 2023 durante operação da PF que apurou inclusão de dados falsos no sistema do Ministério da Saúde sobre a vacinação de Bolsonaro. A extração dos dados do aparelho foi concluída em 17 de maio daquele ano. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, estava presente em diversas reuniões e estava por dentro de tudo o que acontecia no governo. Entre as conversas identificadas pela PF, o celular continha uma com Mario Fernandes, um dos presos na terça-feira (19) na operação sobre a tentativa de golpe de Estado. Os investigadores da Polícia Federal (PF) identificaram duas ocasiões em que Mario Fernandes, general da reserva que elaborou o plano terrorista, esteve no mesmo local em que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A primeira foi no dia 6 de dezembro de 2022, data em que, segundo a PF, Mário Fernandes imprimiu o plano "Punhal Verde Amarelo" no Palácio do Planalto. Os dados de antena de telefone celular ainda apontaram a presença de Mauro Cid e Rafael Oliveira, que coordenou as ações programadas para o atentado. A segunda ocasião foi em 8 de dezembro, quando Fernandes vai ao Palácio da Alvorada. Os dados de controle de acesso à residência oficial da Presidência da República mostram que o general chega às 17h e sai às 17h40. No mesmo dia, às 22h56, a PF transcreve um diálogo entre o general e Mauro Cid, no qual indica que Bolsonaro disse que 'qualquer ação' poderia acontecer até 31 de dezembro de 2022. "A primeira, durante a conversa que eu tive com o presidente, ele citou que o dia 12, pela diplomação do vagabundo, não seria uma restrição, que isso pode, que qualquer ação nossa pode acontecer até 31 de dezembro e tudo. Mas, porra, aí na hora eu disse, pô presidente, mas o quanto antes, a gente já perdeu tantas oportunidades", relatou Fernandes a Cid. Vagabundo seria uma referência ao presidente Lula, na época presidente eleito, e que foi diplomado pelo TSE em 12 de dezembro daquele ano.